Liberação medicinal da maconha não induz jovens ao uso, segundo estudo
Apesar de o uso ter crescido desde 2005, não há evidências entre a legalização da marijuana para fins medicinais e o aumento do vício entre alunos do ensino médio.
Economistas de três universidades americanas analisaram dados sobre o consumo de maconha por adolescentes entre 1993 e 2009 e descobriram que, apesar de o uso ter crescido desde 2005, não há evidências entre a legalização da marijuana para fins medicinais no país e o aumento do vício entre alunos do ensino médio.
Os pesquisadores das universidades do Colorado, em Denver, do Oregon e de Montana examinaram dados nacionais de estudantes que participaram da Pesquisa de Comportamento de Risco Juvenil, que integra informações de 13 estados, Alasca, Califórnia, Colorado, Havaí, Maine, Nevada, Oregon e Washington, no período em que cada um legalizou a maconha para uso terapêutico.
Outros 17 estados e o distrito de Colúmbia, onde fica a capital dos EUA, Washington, já têm leis desse tipo. Em outros sete estados, a legislação sobre o tema ainda está pendente. Segundo o professor assistente de economia Benjamin Hansen, da Universidade do Oregon, o resultado do estudo é importante, pois recentemente o governo federal intensificou os esforços para fechar os locais onde existe maconha medicinal.
O pesquisador diz que, muitas vezes os dados chegam a mostrar até uma relação negativa entre a legalização e o uso da maconha. Autoridades federais, que incluem o diretor do escritório da Política Nacional para o Controle de Drogas, argumentam que a legalização da maconha para o alívio da dor tem contribuído para o recente aumento no consumo entre os adolescentes nos EUA.
O governo tem como principais alvos as farmácias que operam em um raio de 300 metros de escolas, parques e playgrounds. Os dados de 2011 do relatório “Monitoramento dos resultados nacionais sobre o uso de drogas em adolescentes”, elaborado anualmente pelo Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Michigan, revelam que o consumo de maconha por alunos entre 10 e 12 anos aumentou nos últimos três anos, com cerca de um em 15 usuários diários ou quase diários.
O relatório, citado no estudo dos economistas, entrevistou 46.700 estudantes em 400 escolas do ensino médio.