Uruguai - Clubes "canábicos" preparam primeiras colheitas de maconha legal
Processo para cultivar maconha de forma coletiva pode levar meses.
Pouco mais de um ano depois da aprovação da lei que regula a produção e venda de maconha no Uruguai, 15 cooperativistas, conhecidas como clubes "canábicos", preparam suas primeiras colheitas, enquanto tramita uma autorização para poder produzir esta substância de forma legal.
O sociólogo Diego Pieri, membro do Club CLUC (Cultivando a Liberdade Uruguai Cresce) e da ONG Proderechos, uma das organizações civis que incidiram na implantação da lei 19.172, aprovada em dezembro de 2013, afirmou que "não é fácil".
O processo para cultivar maconha de forma coletiva pode levar meses até que a inscrição seja aprovada pelo Instituto de Regulação e Controle do Cannabis (Ircca). Para os que imaginam que a legalização da maconha fosse comemorada com fumaça e um cheiro bastante específico, talvez não estejam familiarizados com a burocracia que envolve o processo legal.
— Nós já apresentamos todos os papéis. Uma vez que o Ministério da Educação e Cultura nos dê a habilitação para funcionar como ONG, mais o plano de cultivo, mais a definição da pessoa como encarregada técnica do cultivo e uma autorização do dono do local, podemos ir ao correio, onde as inscrições são feitas.
Uruguai autoriza uso de maconha para pesquisas e fins medicinais
Prevendo a usual demora dos trâmites públicos e também os tempos de semeadura de acordo às estações, há um ano, quando a lei ainda não estava regulamentada, o grupo deste ativista começou a se organizar.
— Ninguém aqui está revendendo a outras pessoas, simplesmente nos juntamos, avaliamos os custos totais do cultivo e o dividimos entre 45 pessoas por 12 meses e cada um vai pagando aproximadamente 753 pesos (R$ 92) por mês.